A MADEIRA E O CINZEL

Ando pelas ruas sem mais ter onde chegar,
o meu corpo esqueceu,
minha mente no silêncio.
Já não são mais os versos me fazendo levitar,
os cometas escaldantes
as estrelas fumegantes
ofuscando meu olhar.

E disseram que já vinha e esperei o ano todo.
E disseram que já vinha, mas você mentiu de novo.

Os minutos viram horas, as horas têm meu passado.
Um eterno carrossel.

E eu aqui inebriado
vou tentando ser talhado,
uma luta interminável:
a madeira e o cinzel.

O rebanho segue adiante e o destino é mergulhar
do alto da roda-gigante,
sinto pena dos que como eu só pensam em chegar.

E pensei em quase todos, só não penso em voltar.
Com o olho no futuro e o calcanhar no muro
não saí do meu lugar.

Os pedidos atormentam, minhas preces se distendem,
um eterno vai e vem.
Vejo o mundo delirar numa febre que aferrece
são os olhos de meu pai
que partiu numa canoa e sei o peso que ela tem.

Segurando a sua mão,
e de joelhos no chão
eu fui muito mais além.

Sem tomar conhecimento
do infinito e do tempo
ouço nãos e tudo bem.

Tudo bem!

O Quarto

O Quarto




Vi as cercas elétricas e esqueço perdido,
Como frutas na fruteira,
O filme e a noite.

O escuro, o tapa na alma e a caneta.

Um reboque e um espelho.
No mural um poema e um amigo.
A janela e o quintal.
A porta com o mundo.

Teto e chão.

As escolhas sempre chegam,
E por um segundo tudo são seis lados.
Putz..tem horas que a gente escreve cada coisa!! Mas acho q o legal dessa história de blog é exatamente essa: postar as coisa mais absurdas...

Com vcs:

TRIZ
Vou ficando sem dormir.
O trabalho que se chama assim não é pra mim.
São oito e não vou me calar diante das pipetas
Molecular ciência de mentira.
È melhor sentar e fazer música
Sol, dó, lááááááá...vai longe o meu alto!
Timbre muleque...Parker revira o chão.
Imperdoável.
Vizinhos...

Depressivo como
gatos
O homem do bar bebe muitas cervejas
Baratas
Real dólar vai,
Despenca feito saco.
Sou parte de guerrilha de caldo de cana,
Leite de soja.
Mono...
Estéreo!


Etéreo!


Som de trás que vem de frente...perdi!

Outro dia me chamam de artista!
Artista o caralho...
Reproduzir o que gosto
Não expressa minha mão.
Dura que nem fé!

Vovó diz que morro de cirrose,
Álcool?

Aqui tem montanhas. Mar verde cresce assim.
Escoado de dinheiro. Quem dera fosse meu!
Ouro vivo, doce fogo paralelo.

Concentração, açúcar, mel.
Preto fica céu
Cinza São Paulo.

Meu tio falou que seu irmão
Bebe perfume.
Não vou beber?
Bebo até o descontrole
Entro na sala de horror e digo:
Soltem meu nariz
Minha cabeça
Mandrágora, raiz.
Vou ser gente por um dia e ter a vida por um triz!

Um triz!
Quero me contentar com o pouco
O simples, o hoje, o outro.
Deixar de lado a culpa e não me sentir pra trás, atrasado em relação ao dia.

Quero ser do mato, matuto
Colher o fruto
Viver o índio.
Encarar a vida feito um pássaro, ou talvez um lírio.
Um bicho do bosque,
Ou o inseto enterrado


Canta.
Copula.
Morre.


E não seria a vida que me importaria
E sim o amor.
A vontade.
O tesão do presente.
A efemeridade do gerúndio.

Necessito banhar-me.
Um banho asséptico,
Extinguir as origens do meu mal comum.

Voltar. O início. O nada.

Anarquizar o sistema sem me politizar.
Contar com o próximo.
Crer nas relações.
Confiar no amigo, ou em um simples desconhecido.

Estender a mão.
Espiar ao lado.
Olhar o chão.

Achar uma moeda e pagar a cerveja de um irmão.
Ganhar na mega-sena e distribuir todo o dinheiro, em gargalhadas.
Ver o povo feliz.
Eu feliz.
O todo em mim, e eu em quase tudo.
Sendo apenas nada.

Quero mudar com o vento
Errar as questões e filosofar barato.
Falar português, misturar o francês
O neo-português e quem sabe um inglês arcaico.



Não falar.



Sentir o útero e respirar debaixo d’água.
Sair, ver o mundo e não entender absolutamente nada.

Voltar a ser criança.

Rolar no chão com meu pai e acordar cedo no domingo.
Abraçar a minha mãe, dormir na sua cama
E sonhar com o Peter Pan.

Voar.

E morrer,
de tanto rir.

TELHADOS

Em meio ao verde de plantações
Surgem vermelhos os telhados
Vermelho de barro
Vermelho terra
nó na garganta!

É como sangue de gente
De novo acreditar
Mudança desesperada
Veia larga
Pra tudo correr melhor.

Soltemos os gritos
Uma vez engasgados!

Limpemos os vagões
Os trilhos descarrilhados.

Choremos a dor
Filhos e filhas.

Pintemos o amor
Que agora é vermelho


Sangue
Fins de tarde
Telhados.

O QUE SERÁ FEITO DE NÓS

O que será feito de nós? O que será feito?
A impávida força atroz,
mancha que carregas no peito.
Ah, quantas vidas são?
Existirá?

Essa chama que revolve o seio,
a mãe Terra ainda chora de dor.
São seus berços e bocas tecendo
do pé e no chão.
Ah, quantos termos são?
Existirá?

Todo ardor no meu céu que há,
as mil lágrimas que caíam.
Todo o amor que fiz crescer ,
as entranhas então saíam.

O futuro existe pra nós, eu sei!

E o homem valerá.
As estradas sonharei.
Pois vida sei que és contínua.

Nós

És o que anda em meus dias,
perfuma meus sonhos,
enriquece a estrada,
faz do céu um pedaço de papel.

Escrevo você.

Depois de ver tudo que me é palpável
tens a mão do impossível,
a incalculável medida dentro de um coração...

o meu!

Bem vindo Andrei

Pois é. Demorei, mas cheguei.

Não que tenha a pretensão de ficar horas por dia escrevendo baboseiras aqui, mas acho que será divertido postar meus poemas e disponibilizá-los para comentários e etc...

Se é que alguém vai entrar nesse blog e ler alguma coisa com atenção. Tenho notado que maioria das pessoas não lêem e nem ouvem com atenção.

Bem vindo, Andrei!!!! heheheheh