Quero me contentar com o pouco
O simples, o hoje, o outro.
Deixar de lado a culpa e não me sentir pra trás, atrasado em relação ao dia.

Quero ser do mato, matuto
Colher o fruto
Viver o índio.
Encarar a vida feito um pássaro, ou talvez um lírio.
Um bicho do bosque,
Ou o inseto enterrado


Canta.
Copula.
Morre.


E não seria a vida que me importaria
E sim o amor.
A vontade.
O tesão do presente.
A efemeridade do gerúndio.

Necessito banhar-me.
Um banho asséptico,
Extinguir as origens do meu mal comum.

Voltar. O início. O nada.

Anarquizar o sistema sem me politizar.
Contar com o próximo.
Crer nas relações.
Confiar no amigo, ou em um simples desconhecido.

Estender a mão.
Espiar ao lado.
Olhar o chão.

Achar uma moeda e pagar a cerveja de um irmão.
Ganhar na mega-sena e distribuir todo o dinheiro, em gargalhadas.
Ver o povo feliz.
Eu feliz.
O todo em mim, e eu em quase tudo.
Sendo apenas nada.

Quero mudar com o vento
Errar as questões e filosofar barato.
Falar português, misturar o francês
O neo-português e quem sabe um inglês arcaico.



Não falar.



Sentir o útero e respirar debaixo d’água.
Sair, ver o mundo e não entender absolutamente nada.

Voltar a ser criança.

Rolar no chão com meu pai e acordar cedo no domingo.
Abraçar a minha mãe, dormir na sua cama
E sonhar com o Peter Pan.

Voar.

E morrer,
de tanto rir.

TELHADOS

Em meio ao verde de plantações
Surgem vermelhos os telhados
Vermelho de barro
Vermelho terra
nó na garganta!

É como sangue de gente
De novo acreditar
Mudança desesperada
Veia larga
Pra tudo correr melhor.

Soltemos os gritos
Uma vez engasgados!

Limpemos os vagões
Os trilhos descarrilhados.

Choremos a dor
Filhos e filhas.

Pintemos o amor
Que agora é vermelho


Sangue
Fins de tarde
Telhados.

O QUE SERÁ FEITO DE NÓS

O que será feito de nós? O que será feito?
A impávida força atroz,
mancha que carregas no peito.
Ah, quantas vidas são?
Existirá?

Essa chama que revolve o seio,
a mãe Terra ainda chora de dor.
São seus berços e bocas tecendo
do pé e no chão.
Ah, quantos termos são?
Existirá?

Todo ardor no meu céu que há,
as mil lágrimas que caíam.
Todo o amor que fiz crescer ,
as entranhas então saíam.

O futuro existe pra nós, eu sei!

E o homem valerá.
As estradas sonharei.
Pois vida sei que és contínua.

Nós

És o que anda em meus dias,
perfuma meus sonhos,
enriquece a estrada,
faz do céu um pedaço de papel.

Escrevo você.

Depois de ver tudo que me é palpável
tens a mão do impossível,
a incalculável medida dentro de um coração...

o meu!

Bem vindo Andrei

Pois é. Demorei, mas cheguei.

Não que tenha a pretensão de ficar horas por dia escrevendo baboseiras aqui, mas acho que será divertido postar meus poemas e disponibilizá-los para comentários e etc...

Se é que alguém vai entrar nesse blog e ler alguma coisa com atenção. Tenho notado que maioria das pessoas não lêem e nem ouvem com atenção.

Bem vindo, Andrei!!!! heheheheh