Madrugada.
Dirijo-me à casa de pedra
lá se encontra tudo o que sou.
Busco um sonho em forma geométrica
e o que o vento me traz são círculos.
Dilaceram meu corpo e meus espinhos.
Sento-me ereto.
Penso.
Sinto.
Aprendo com estrelas a arte do silêncio
a humildade de brilhar calado.
E sinto-me honrado por ter tanto a aprender.
Suspendo-me.
O vácuo.
Lentamente se instala um vazio
Por um segundo assumo a forma de um vaso.
Aprendo com o nada a arte de permanecer imóvel,
a sabedoria de não existir.
Ouço.
Calo.
Dentro, todo os fogos que não posso apagar.
Fora, os frios que não deixam de chegar.
Outros setembros virão.
Coloco a mão sobre o peito
e me debruço sobre a casa de pedra.
e me debruço sobre a casa de pedra.
Uma promessa no pensamento:
Fui.
Sou.