DE NOVO MÃE

Sujos,
Os pés em direção à rua.

Tristeza e fora de alcance o mundo.

Certa necessidade se desvela ao abraço
O grito no ouvido
A marca de mão de doce na tela da TV.

Dividem o mesmo sofá, sujos.

Pés, a direção das almofadas.

Sujos.
Dedos.
Paredes.

Escondida a caixa de remédio. Jogara fora a esperança.

As mãos, no ventre, imploram pelo fim do novo começo.

Sangue e lágrimas.

No re-nascimento tudo é sal e hemácia.



E eu não queria dar tudo de uma vez,
mas foi só ouvir seu nome pro meu coração bater acelerado.



E eu que não quis amar,
me vi num talvez.

Num viés ouvi seu nome e meu coração bater descompassado.



Canto os astros pra você,
coloco os pés no chão.
E pra não te perder eu mudo a direção
e seguro a tua mão.



É que Saturno e seus anéis deram pra me encarar,
esses versos tão rasgados a me carregar
e uma ampulheta que virada marca o tempo da minha estrada



solidão.



Como as estrela que no céu explodem ao morrer
e se desmancham numa luz que todo mundo vê como um sinal,
eu sou apenas uma parte dessa história em construção.


Ah, pudera eu me encontrar aqui!