Mulher dos curtos cabelos

Guardas minha oração mais preciosa
Meus sonhos mais inquietos
As caladas manhãs de hálito adormecido.

Ainda há certo furor em meu peito
Quando da vontade de acertar surpresas
Na voracidade de inconstantes paixões.

E quanto tempo para encontrar um beijo
Que arrebata o espírito em meio às tempestades d’alma.

Só tu, apenas,
É capaz de me tirar a visão tacanha e amedrontada das esquinas
A falsa ideia de que o mundo é fosco
E infeliz.

Tu,
De curtos cabelos e  molhadas galochas
De escandalosa gargalhada
De amor profundo e corpo branco.

Sei
Merecer-te é obra inacabável
Cada dia construir pontes que te alcancem.

Amo-te
Nada no caminho é fatal
Quando posso lhe contar o dia.

Nenhum comentário: