Vi Ana

Vi Ana andar entre estátuas
Passear com gigantes e gritar nomes.
Onde o coração não queria,
Lá se encontra o torpor acelerado.

Uma flor entre os dentes,
cerrados,
um sorriso ao revés.

Vi Ana virar outra.
Outro.
A despeito do nome, contrário,
O mesmo ao avesso.

Fazer do tablado salvação
Ofuscada em meio à luz,
Enternecida a escuridão,
Insensata
E voraz
Assaz farol
Esteio o amado.

Carrega o brilho de trinta velas
E um pequeno botão de flor vermelha
Testemunha e divide a mão no sangue.
É que me inspira ver Ana ser.

Vi Ana.

Vi.

Um comentário:

CARLA disse...

Emocionada e honrada. Beijo, Andrei.